Nunca fui muito boa em acompanhar novelas. Essa, porém, me chamou atenção pelo nome; e desde os primeiros capítulos me deixei envolver, como quem ler belo romance, que tomava forma diante dos meus olhos. Apaixonei-me pela delicadeza dos acontecimentos e como eles iam se encaixando, igual um quebra cabeça, todas as peças estavam ali e eram indispensáveis, insubstituíveis.
A trilha sonora me levava para dentro da historia; conseguia conhecer cada um deles e viver suas vidas, ou melhor, “A Vida da Gente”. Chorando com as dores e gargalhando dos momentos bons.
Constatei que o tempo é temido, e igualmente, aliado de todos. Por muitas vezes me vi analisando minha vida a partir da vida das protagonistas.
'Quantas vezes sonhei com algum momento que deveria ser especial, imaginando cada detalhe e a realidade me surgiu como madrasta má, transformando meus sonhos em pesadelos?... Então o tempo entrou em cena, se encarregando de curar feridas, de entender momentos, permitindo encontros e momentos, realmente, especiais.
Talvez, se eu voltasse à inocência dos meus 15 anos, para reviver tudo, passar a limpo parte da minha historia, possivelmente erraria tudo outra vez e se mudasse algo, jamais seria quem sou hoje. Minhas dores, minhas alegrias, enfim, minhas experiências são ferramentas que o tempo usa para moldar-me constantemente.'
Assistindo ao último capítulo de "A vida da gente", ouvi uma mensagem belíssima, na voz da Iná (Nicette Bruno) sobre o tempo... Resolvi então transportá-la para este blog, espero que, assim como eu, apreciem cada palavra.
"Quem teve o privilégio de viver muito sabe que o tempo é um mestre muito caprichoso. Às vezes as suas lições são tão repentinas que quase nos afogam. Outras vezes elas se depositam devagar, como a conta-gotas, diante da avidez de nossas perguntas.
E por isso, quem teve o privilégio de viver muito tempo, aprende a olhar com serenidade o turbilhão da vida. Amores ardentes se extinguem, urgências se acalmam, passos ágeis relentam.
Enfim, tudo muda. Muda o amor, mudam as pessoas, muda a família, só o tempo permanece do mesmo modo, sempre passando.
E é por isso que eu queria esta noite, erguer um brinde a ele, que esculpiu no meu rosto e na minha alma a sua marca, da qual eu tanto me orgulho.
Então, ao tempo, ao tempo..."
"Tenham uma noite linda!
Um cheirinho, carinhoso,
Sandrinha Ramos"
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