domingo, 29 de maio de 2011

OPERAÇÃO RESPEITO AO PROFESSOR

  Campanha Nacional pelo Direito à Educação 

 




"...é a profissão que mais recebe cobranças  e muito pouco reconhecimento." 
Sandrinha Ramos

terça-feira, 24 de maio de 2011

Boa Informação: Rotina do Vale!


Rotina do Vale ((Eu indico)) - Não deixem de conferir: toda sexta-feira uma crônica nova.

E a crônica  da ultima sexta foi  "Falha de Comunicação" por Cléber Souza.


Falha de Comunicação

O ser humano se orgulha de ter um sistema de comunicação completo, tanto nos códigos como nos meios. As pessoas evoluíram a linguagem, mas ainda existem as falhas de comunicação. Coisas que queremos dizer, mas acabamos dizendo diferente do que pensamos. Coisas mal ouvidas ou mal interpretadas. Coisas que deveriam ser comunicadas previamente para evitar constrangimento, por exemplo.
Um erro de comunicação pode mudar uma vida. Lembro-me do dia em que minha mãe gritou: - Menino, estúdio... estúdio!
Então me tornei músico. Segui o conselho materno e estudei a arte de tocar instrumentos para poder expressar sentimento através de notas e ritmos. Que conselho melhor uma mãe poderia dar para um filho?
Mais tarde, minha mãe me esclareceu de que ela não tinha sido a maior incentivadora da minha jornada musical, ela me disse que na verdade tinha feito um apelo para eu levar a escola a sério: - Menino, o estudo... o estudo!
De fato uma escolha define uma vida. Se você não escutar as pessoas certas e a coisa certa, talvez faça o contrário do que deveria. Entendi errado, talvez por ela ter falado alto demais e a acústica da minha casa não ser apropriada para gritos, posto que a reverberação era imediata causando quase um eco metálico tilintando nos tímpanos. A maldição de não compreender pode nos vitimar durante toda a vida como se fosse mais uma das leis de Murphy.
O River Shopping, na cidade de Petrolina, está aí para provar que a maldição da "falha de comunicação" vai nos perseguir pra sempre. No dia 30 de abril desse ano, eu decidi ir ao shopping com meus amigos: um gerente de lojas, dois professores e três funcionários públicos, incluindo eu.
Mas a grande coincidência era que por capricho do destino todos os homens na mesa também eram músicos. Na Praça de Alimentação, enquanto comíamos e bebíamos, puxamos um violão fender 1995 e começamos a evocar grandes ícones: Cássia Eller, Elvis Presley...
Um segurança se aproximou e nos comunicou que era proibido tocar violão na Praça de Alimentação. Paramos de tocar imediatamente, mas pedimos que o segurança comprovasse a informação dada através de uma comunicação visual, posto que se trata da regra de um estabelecimento e deveria estar explícito através de placa ou cartaz. Ele nos avisou que não existia essa forma de comunicação disponível. Pedimos então que ele chamasse o gerente ou o chefe de segurança para ele nos explicar porque existia uma regra e ela não estava exposta para os consumidores.
Em três minutos, oito seguranças chegaram ao redor da nossa mesa e o chefe da segurança afirmou que foi avisado que nós solicitamos a presença da polícia para que parássemos de tocar.
Bem, minha mãe falou e eu não entendi, virei músico e fui tocar na Praça de Alimentação do River Shopping para levar uma bronca de um segurança que não entendeu quando pedimos a presença dos seus superiores e disse que mandamos chamar a polícia.
Foi constrangedor ter tantos seguranças ao nosso redor enquanto toda Praça de Alimentação olhava para nossa mesa. Uma total falta de bom senso desses profissionais contratados pelo Shopping. Se forem esses os protocolos de segurança, eu receio que em breve esse estabelecimento sofrerá alguns processos.
Enfim, até hoje eu não sei se foi por causa das tatuagens que eu e o gerente de lojas temos, ou se foi o fato de sermos músicos. A questão é que o segurança mentiu e nos causou constrangimento. Para mim apenas sobrou a moral da história: falha de comunicação pode causar vergonha num futuro próximo ou distante.

*Cléber Souza é graduando do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

sábado, 14 de maio de 2011

Partilhando Alegria....



 
 Hojequero aproveitar esse espaço para dividir o meu entusiasmo. =D
Nos últimos dias tenho dedicado boa parte do meu tempo a ornamentação da minha sala de aula, alem da satisfação de ter um ambiente de trabalho aconchegante é muito bom ver os alunos contentes com as mudanças.
Existem sensações em sala de aula que são indescritíveis. O carinho, a alegria contagiante, quando eles sorriem também com os olhos... Nossa e são tão espertos,  nenhuma palavra conseguiria traduzir o que sinto agora.   Existe muitas recompensas em poder atuar nessa área, mas nenhuma se iguala  as demonstrações de afeto que recebo todos os dias.
Não estou sendo demagoga e tentando forçar um sonho encantado e colorido, pelo contrário  encontro muitas dificuldades, tenho minhas limitações e muito ainda que aprender. Mas nada que mude o que penso. Eu sou uma eterna sonhadora, acredito no poder de mudança da educação, mesmo que a realidade seja cruel, muitas vezes.

Encontro naqueles abraços apertados, nas cartinhas que recebo todos os dias a força que me impulsiona a permanecer firme, acreditando no potencial dos meus pequenos, grandes aprendizes...  Às vezes só precisam de alguém que acredite no potencial que eles têm. E eu acredito muito!
 Finalizo com um trecho de uma musica que gosto demais.  “Mais eu to tão feliz, dizem que o amor atrai...“ =D
Um cheiro =}*
...Com suspiro de felicidade. ;)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Educação. Podemos fazer a diferença!

Sandrinha Ramos

        A professora Teresa conta que no seu primeiro dia de aulas parou em frente aos seus alunos do 5.º ano e, como todos os demais professores, disse-lhes que gostava de todos por igual. No entanto, ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um rapaz chamado Ricardo. Ela, aos poucos, notou que ele não se dava bem com os colegas da classe e muitas vezes as suas roupas estavam sujas e cheiravam mal. Houve até momentos em que ela sentia um certo prazer em dar-lhe notas baixas ao corrigir as suas provas e trabalhos.
Ao iniciar o ano lectivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações. Ela deixou a ficha do Ricardo para último. Mas quando a leu foi grande a sua surpresa:

Ficha do 1.º ano:
"Ricardo é um menino brilhante e simpático. Os seus trabalhos estão sempre em ordem e muito nítidos. Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele."

Ficha do 2.ºano:
"Ricardo é um aluno excelente e muito querido dos seus colegas, mas tem estado preocupado com a sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos. A vida no seu lar deve estar a ser muito difícil."

Ficha do 3.º ano:
"A morte da sua mãe foi um golpe muito duro para o Ricardo. Ele procura fazer o melhor, mas o seu pai não tem nenhum interesse e depressa a sua vida será prejudicada se ninguém tomar providênciaspara ajudá-lo."

Ficha do 4.º ano:
"O Ricardo anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos. Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula."

Ela deu-se conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada... E ficou pior quando se lembrou dos lindos presentes de Natal que ela recebera dos alunos, com papéis coloridos, excepto o do Ricardo, que estava enrolado num papel de supermercado. Lembrou-se que abriu o pacote com tristeza, enquanto as outras crianças se riam ao ver que era uma pulseira à qual faltavam algumas pedras e um frasco de perfume pela metade. Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço e um pouco de perfume sobre a mão.
Naquela ocasião Ricardo ficou um pouco mais de tempo na escola do que o costume. Relembrou-se, ainda, que ele lhe disse: - A senhora está perfumada como a minha mãe!
E, naquele dia, depois de todos se irem embora, a professora chorou durante bastante tempo...
De seguida, decidiu mudar a sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção aos seus alunos, especialmente ao Ricardo.
Com o passar do tempo ela notou que o rapaz só melhorava. E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano lectivo, o Ricardo foi o melhor da classe.
Seis anos depois, recebeu uma carta do Ricardo contando que havia concluído o secundário e que ela continuava a ser a melhor professora que tivera. As notícias repetiram-se até que um dia ela recebeu uma carta assinada pelo Dr. Ricardo Stoddart, o seu antigo aluno, mais conhecido como Ricardo. (...)
Tempos depois recebeu o convite de casamento e a notificação do falecimento do pai do Ricardo. Ela aceitou o convite e no dia do casamento usou a pulseira que recebeu do Ricardo anos antes e também o perfume. Quando os dois se encontraram, abraçaram-se longamente e Ricardo disse-lhe ao ouvido:


"Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante, demonstrando-me que posso fazer a diferença."

E com os olhos banhados em lágrimas sussurrou:

"Engano teu! Depois que te conheci aprendi a leccionar e a ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando. Mais do que avaliar as provas e dar notas, o importante é ensinar com amor mostrando que é sempre possível fazer a diferença... Afinal, o que realmente faz a diferença?
É o fazer acontecer, solidariedade, a compreensão, a ajuda mútua e o amor entre as pessoas... o resto vem por acréscimo... é este o segredo da VIDA."

Tudo depende da Pedagogia do Amor.